sábado, 4 de agosto de 2012

PROJETO BIBLIOTECA VIVA








BIBLIOTECA ESCOLAR: ESPAÇO DE LEITURA E APRENDIZAGEM
Adriana Carla Oliveira de Morais Vale
Escola Municipal Prof. Homero de Oliveira Dantas
adrianacdbv@hotmail.com
Maria da Piedade Pereira Fernandes
Escola Municipal Prof. Homero de Oliveira Dantas
mariadapiedade88@hotmail.com
RESUMO
Este artigo traz uma reflexão sobre as ações da biblioteca em relação à melhoria da leitura no ensino
aprendizagem. Metodologicamente caracteriza-se como uma pesquisa de natureza bibliográfica,
baseado em autores como Maria Helena Martins (1994), Paulo Freire, Edson Gabriel Garcia (1989),
Ângela Kleiman (1995), entre outros. Aborda a importância da leitura no ensino-aprendizagem.
Apresenta a biblioteca como espaço onde a criança através do lúdico também pode ler e aprender e
também tem o objetivo de divulgar as ações e projetos sobre leitura feito na escola em parceria com a
biblioteca.

Palavras-chave: Biblioteca, Leitura, Aprendizagem.


1 INTRODUÇÃO
Este artigo científico tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre como ações da
biblioteca pode proporcionar uma melhoria na leitura durante o ensino aprendizagem.
Mesmo quando as crianças ainda não sabem ler, a sala de aula deve ter um espaço com
livros, revistas, jornais, folhetos e histórias em quadrinhos para poderem folhear a vontade,
sem que alguém fique perguntando o que estão entendendo. Enquanto isso é importante que o
professor também leia seu próprio livro, revista ou jornal. É imprescindível que as crianças
percebam que ler é uma atividade importante e que o adulto também gosta de realizá-la.
Nós, professores, precisamos descobrir - ou redescobrir - que ler pode, e deve ser uma
maravilhosa aventura. E para que isso se realize, é necessário que o professor e a biblioteca
escolar caminhem na mesma direção, fazendo com que seus alunos se tornem grandes
leitores.
Ler para entender melhor os mecanismos que regem o mundo e que organizam o modo
de vida das pessoas. Não é ingênuo afirmar que viajamos por meio da leitura, que
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mergulhamos em universos inusitados e que, anteriormente à TV e ao avião, a literatura já
diminuiu as distâncias do mundo. Leitores, leitura e literatura estão na essência da química
que tenta desvendar o mundo construído de documentos escritos pelo homem.
Desvendar este mundo escrito tem facetas e objetivos diferentes. Lê-se pelos motivos
mais variados: para ampliar os conhecimentos, por prazer, por diversão, para se emocionar,
para transmitirem dados ou por necessidade prática em dados momentos da vida.
De acordo com Ângela Kleiman (1995), hoje em dia nas escolas, o leitor é o sujeito
ativo que processa, critica, contrasta e avalia a informação, que dá sentido ao que lê. A partir
da compreensão interacionista a compreensão da leitura passa a ser um fator importante. Os
fatores que condicionam a compreensão da leitura relacionam-se com dois elementos que
interagem no processo de leitura: o leitor e o texto. Que são divididos do ponto de vista do
leitor: a intenção da leitura e os conhecimentos prévios.
Os conhecimentos prévios são importantes na compreensão do texto, pois facilita o
mesmo quando retomados a outros textos, que pode ocorrer sobre investigação escrito, e do
conhecimento de mundo.
A leitura, no entanto, é uma interação do sujeito com o texto, é um conjunto de fatores
que interrelacionados ajuda na compreensão do que está escrito, é uma compreensão global
do mundo da leitura e escrita.
E a partir dessa interação do sujeito com o texto é que desenvolvemos esse trabalho,
para mostrar como são feitas as atividades em nossa escola sobre esse tema da biblioteca e
leitura, visando o desenvolvimento do ensino aprendizagem do aluno.
Metodologicamente, o presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza
básica e enquanto nos utilizamos da visão de autores como Martins, Freire (1984-2003),
Garcia entre outros.
Este trabalho se constitui desta introdução e de mais 3 momentos. No primeiro
momento, abordaremos a importância da leitura no ensino-aprendizagem, com base em
Martins (1994).
O segundo momento mostra a biblioteca como espaço onde a criança através do
lúdico, também pode ler e aprender.
O terceiro momento é destinado divulgar as ações e projetos sobre leitura feita na
escola em parceria com a biblioteca.
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2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO ENSINO-APRENDIZAGEM
A leitura é um acontecimento muito complexo que proporciona possibilidades
variadas de entendimento da relação sujeito-sociedade. Essa não se limita, apenas, à
decifração de alguns sinais gráficos. É muito mais do que isso, pois exige do indivíduo uma
participação efetiva enquanto sujeito ativo no processo, levando-o a produção de sentido e
construção do conhecimento.
Assim, com base em Martins (1982), pode ser conceituada leitura como um processo
de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que
linguagem. Ela é de suma importância para o aprendizado, pois este é adquirido através de
métodos e técnicas bem estruturadas que levem o leitor ao conhecimento científico e a
possibilidade de reflexão. É também uma das maiores potências do vocabulário e expressão
envolvendo e informando o leitor com idéias as quais lhe darão enfoques abrangentes para o
crescimento cultural do qual depende o seu progresso na vida.
Ela é um dos instrumentos essenciais para que o indivíduo construa seu conhecimento
e exerça a cidadania. Com ela, amplia o entendimento do mundo, propicia o acesso à
informação com autonomia, permite o exercício da fantasia e da imaginação e estimula a
reflexão crítica, o debate e a troca de idéias. É através da leitura que a criança vai descobrindo
o mundo, usando da imaginação, reflexão e criando significados.
De acordo com Kleiman (1995), a produção através da leitura consiste no processo de
interpretação desenvolvida por um sujeito – leitor que depara com um texto, analisa-o,
questiona-o com o objetivo de processar seu significado, projetando sobre ele uma visão de
mundo para estabelecer uma interação crítica com o texto.
A leitura é um processo interativo e para efetuá-la necessitamos da interação de
diversos níveis de conhecimento de mundo. Para compreender um texto, o leitor utiliza o
conhecimento prévio, conforme já referido anteriormente que é constituído por todo o
conhecimento reunido ao longo de sua vida, pois através desses conhecimentos o leitor pode
fazer as inferências para atingir a coerência total, facilitando, assim a compreensão.
Assim se posiciona Freire:
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura
desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e
realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o
texto e o contexto. (FREIRE, 2006, p. 11).
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A construção dos sistemas da informação se dá pela importância na vida de cada
indivíduo. É por meio dela que o homem pode dimensionar o seu lugar, em busca de uma
sociedade igualitária e justa. É através da leitura que podemos desenvolver um pensamento
crítico e construir nossa própria opinião.
No processo que envolve ler, podemos buscar aperfeiçoamento em nossa profissão
procurando sempre melhorar nossa qualificação. Cabendo a este docente conhecer bibliotecas
públicas, centros de lazer, museus, entre outros locais, pois não somente, nas escolas podemos
despertar o desejo de ter uma experiência interativa com textos, documentos para que a visão
de mundo seja ampliada.
Devemos considerar alguns fatores importantes para o despertar o ato de ler. Assim a
autora Martins, (1994) apresenta em sua obra algumas concepções sobre níveis de leitura,
mostrando que há a leitura Sensorial, Emocional e Racional.
Na leitura sensorial notamos que é que começa a partir dos sentidos, de acordo com
Martins, (1994, p.40) “os momentos iniciais da relação da criança com o mundo ilustram a
leitura sensorial”.
Uma vez que é através dos sentidos que as crianças têm um prazer particular que está
relacionado a sua curiosidade, pois antes do livro ser um objeto ele tem cor, forma, tamanhos
e cores diferentes e que pode ser manuseado por cada indivíduo.
A cada página folheado encontram novas descobertas estimulando sua imaginação e
novas possibilidades da linguagem. Quando elas começam a ter autonomia no ato de ler, as
emoções são revividas a cada texto escrito que é lido.
Já a Leitura Emocional, ainda para a autora em foco, envolve o leitor em emoções que
provocam descobertas, lembranças que escapa do controle do leitor, que são guardadas em
seu inconsciente. Nesse tipo de leitura, as pessoas entram no universo do texto, saindo da sua
realidade e penetrando no mundo de ficção e/ou fantasia.
Por sua vez, a leitura racional é a que permite ao leitor entrar no mundo reflexivo e
dinâmico em que a todo tempo em sua leitura, seu conhecimento de mundo leva-o a
interpretação. Cada história de vida representa um nível de leitura racional, pois a cada
experiência e circunstância de vida apresentam um processo de amadurecimento do homem e
consequentemente sua leitura e reflexão sobre ela.
2.1 A biblioteca como espaço encantador: lendo e aprendendo
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A biblioteca é por excelência o lugar de acesso a livros, coleções, periódicos, jornais,
gibis. Em fim, aos mais variados tipos e alternativas de materiais impressos. Além disso,
espaço com lápis e papel, para que um leitor inspirado tenha a chance de fazer os seus
registros, copiar um poema que o fascinou, um título de um romance para recomendar a um
colega, ou simplesmente para escrever algo do seu interesse.
Conforme Garcia (1989), sabemos que os serviços bibliotecários de incentivo à leitura
para alunos que estão em um constante processo de ensino-aprendizagem, favorecem o
desenvolvimento e consolidação da prática de leitura nas crianças. O espaço da biblioteca é
também um lugar de acesso à cultura, aos bens simbólicos e materiais criados pelas mãos de
distintos grupos sociais ao longo da história da humanidade. A biblioteca, portanto, pode e
deve ser um lugar em que se possa respirar cultura e também produzi-la. A partir do contato
com o acervo da biblioteca o professor tem a possibilidade de desenvolver metodologias para
atrair novos leitores.
Contudo, não podemos pensar na biblioteca escolar apenas como apoio pedagógico,
pois há anos esse local possui um papel estritamente didático-pedagógico, mas é preciso
desenvolver um pensamento coletivo de prazer na prática de leitura e também desenvolver na
escola, uma política de incentivo e valorização da biblioteca. Ou seja, estruturar esse ambiente
tão rico em conhecimentos em um espaço digno para acomodar seus usuários. Isso significa
discutir livros, formar círculos de leitores, reunião com grupos de crianças interessadas num
personagem, num autor ou num tema, fazer dramatização. A biblioteca deve funcionar como
uma ponte entre o ambiente escolar e o universo lúdico proporcionado pela magia dos livros.
Para Freire (1998), a biblioteca trata-se de um verdadeiro Centro Cultural, onde a
memória viva das comunidades deveria ficar registrada. Por isso a importância de
programarmos momentos coletivos e individuais de leitura, não só para nos aproximarmos
dos textos, mas, sobretudo para aprofundarmos a sua compreensão.
Pensando em desenvolver um espaço dinamizador da leitura, é necessário que a escola
disponibilize um funcionário para que possa cuidar da conservação e, principalmente, do
acesso ao material de leitura. Convém também que este conheça bem a biblioteca e o seu
acervo para utilizá-la da melhor forma possível.
Esse espaço necessita disponibilizar serviços de aprendizagens, livros e recursos que
permitam a todos os membros da comunidade escolar venham a tornarem-se pensadores
críticos e utilizadores efetivos da informação em todos os suportes e meios de comunicação.
A equipe da biblioteca necessita apoiar a utilização de livros e outras fontes de informação,
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desde obras de ficção a obras de referência, impressas ou eletrônicas. Estes recursos
complementam e enriquecem os manuais escolares e os materiais e metodologias de ensino.
Dentro dessa idéia de Garcia (1989), as bibliotecas devem ser vistas como espaços de
formação, onde os leitores poderiam obter esses novos conhecimentos, sozinhas ou mediadas,
construindo as informações que lhes são necessárias, sendo assim, uma forma de aprender a
aprender. Esse ambiente necessita cativar os novos leitores, contribuindo para a formação de
uma nova geração.
Pensando no melhor para que nossos alunos se tornem leitores, efetivamente, e a
leitura seja uma prática social em suas vidas, é fundamental que ela comece a se tornar uma
rotina relacionada a esta dimensão também na escola. Para muitos alunos, a escola é o
ambiente em que terão mais contato com materiais e ambientes de leitura.
Dado a situação sócio-econômica do país, ter uma biblioteca em casa é algo
impensável para a maioria de nossos alunos, para a maioria dos nossos leitores brasileiros. A
escola traz, desse modo, a biblioteca para a vida dos alunos.
Portanto, na vida de muitas crianças, é o professor que desempenha esta função de
apresentar-lhe os livros, ajudá-los a escolher dentre os vários títulos, estimular a leitura de
alguns livros em particular e ensinar como ter acesso aos livros por meio da biblioteca.
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA
Tomando como base as idéias de Kleiman (1995), a leitura na escola é
fundamentalmente, um objeto de ensino. Enquanto necessariamente ela deveria ser também
um objeto da aprendizagem.
O domínio da língua oral e escrita é de suma importância para a participação social e
afetivo, é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e
defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo e produz conhecimentos.
Por outro lado, são muitas as dificuldades encontradas com o ensino da “língua
materna”, dado ao afastamento das pessoas à leitura e o distanciamento da cultura em geral,
das pessoas menos favorecidas, além é claro da concorrência que há entre a leitura na escola e
a televisão.
Cabe, portanto, a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo de textos que
circulam socialmente, incluindo textos de diferentes disciplinas com as quais o aluno se
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defronta sistematicamente no cotidiano escolar, deixando claro, desta forma, que o trabalho
com leitura não é uma atividade específica da Língua Portuguesa.
Ao começar a pensar em leitura, é importante lembrar a idéia de Freire, (1994, p. 45).
“A leitura do mundo precede a da palavra e a leitura desta, implica a continuidade da leitura
daquele”.
Segundo ele, a leitura deve envolver o leitor numa relação diferente, inserindo-o em
um verdadeiro “circulo de cultura” no qual o leitor se sinta participativo, enquanto sujeito, de
uma experiência real.
Em virtude da dificuldade de aprendizagem, da falta de interesse dos alunos pela
leitura é que alguns projetos foram desenvolvidos na Escola Municipais Professor Homero de
Oliveira Dantas, no ensino infantil, nível IV e ensino fundamental do 1º ao 5º ano, visando
proporcionar aos alunos a oportunidade de aprimorar o domínio da língua falada e escrita,
levando-os à análise e à compreensão das idéias dos autores e buscando no texto os elementos
básicos e os efeitos de sentido.
Especificamente o projeto “Biblioteca Viva” visa criar um momento para a utilização
da biblioteca com o propósito de fomentar o hábito da leitura, tornando o aluno conhecedor da
magia do saber, garantindo a todos o acesso aos saberes necessários para o exercício da
cidadania.
O projeto foi elaborado em 2006 e ao longo dos anos vem sendo aprimorado por todos
que fazem a escola. Ele surgiu da necessidade de implementar a nossa biblioteca, que até
então, não tinha em nossa escola só agosto de 2006 ela foi inaugurada com o nome do
jornalista Agnelo Alves.
Como não existia a presença de uma bibliotecária, resolvemos usar nossa criatividade
para a utilização desse espaço disponível, criando situações que possibilitasse ao aluno
práticas orais, estimulando a fala, o ouvir, produzindo situações de confronto. Havendo a
exposição argumentativa, observando os níveis de escrita estabelecendo relações da
linguagem padrão e a escrita.
Este projeto também contempla e incentivam as atividades de leitura e escrita
desenvolvendo o gosto e o prazer de ler de maneira prazerosa e lúdica, despertando na
criança, o desejo em relação aos livros ou outros portadores de textos que são percebidos
como brincadeiras, encantamentos. Veículo de aprendizagem, capazes de despertar
sentimentos de competências de sucessos.
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Para o bom andamento e funcionamento desse projeto, a biblioteca é arrumada com
espaços para livros, revistas, jornais, gibis e uma banca de empréstimos. A partir de 2009,
conseguimos um funcionário para o atendimento dos alunos, que até então era atendido pelos
próprios professores e/ou coordenadores. Como objetivos específicos para esses projetos
elegem os seguintes: Divulgar o acervo disponível; conscientizar sobre a importância e meios
de conservar o acervo; informar quanto ao empréstimo do acervo; incentivar o gosto pela
leitura; proporcionar encontro de leitura; oportunizar momentos para campeonatos de história
em quadrinhos (confecção); proporcionar um encontro com escritores mirins; preparar painéis
com atividades sobre a hora da história crítica e criativa; realizar momentos da hora da
história; refletir sobre a língua falada e a língua escrita e suas várias situações de uso; criar
momento para uso do DVD; organizar um cronograma para utilização dos espaços; promover
concursos literários – quem lê mais? rodas de leituras a do conhecimento, entre outros.
Entendemos a biblioteca como um Centro Cultural, por isso cuidamos e fazemos
juntos com toda equipe escolar, uma programação com diversas atividades para o ano letivo,
como: contação de história, entrevistas, debates, depoimentos, histórias de leituras narradas
pelas crianças, recital de poesia, concurso, dramatização, jogos, hora do conto, teatro de
fantoches, coral, chá de letras, entre outros.
Essas atividades são planejadas e variadas para que a biblioteca se torne um lugar
atraente e significativo para as crianças. Além disso, essas são para que os alunos tenham
primeiramente contato com o livro para a formação de um futuro leitor. Por isso, deixamos a
disposição livros que chamem a atenção para a sua escolha.
Colocamos nossa criatividade e conhecimento do acervo para apresentar os livros de
forma interessante e lúdica aos leitores. Procuramos também, abusar de diversos recursos
como: varal de poemas, mural com reprodução de capas de livros, fantoches, cestos com
diversos trajes e objetos de dramatização, tapetes, almofadas, aparelhos de CDs, entre outros.
Deixamos as portas da biblioteca sempre aberta para acolher os leitores, conforme
cronograma e horários planejados. Para dinamizar o uso da biblioteca e atrair os leitores, foi
elaborado um horário para utilização dos espaços, possibilitando, também, o livre acesso aos
livros, proporcionando um contato direto dos alunos com o material da biblioteca,
estimulando assim, a curiosidade e o interesse individual. Como também incentivamos a
conversa entre os alunos e troca de impressões para conhecer o gosto e orientar a escolha das
obras.
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Dentre as ações da biblioteca “Agnelo Alves” foi promovido, ainda no ano de 2009, o
“Chá de Letras”, visando arrecadar livros e apresentar alguns trabalhos desenvolvidos pelos
alunos em sala de aula a partir de suas leituras na biblioteca.
Dentro da programação desse evento foi feito, a leitura da biografia do patrono da
biblioteca e dentre as apresentações tivemos a dramatização do chá do seu alfabeto. Foi feita
uma releitura do “aniversário do Sr. Alfabeto” de Amir Piedade, apresentado por todos os
funcionários da escola.
As atrações que foram apresentadas eram referenciada a um tipo de chá. O chá sabor
descoberta foi uma coreografia dramatizada, nele uma boneca descobre o prazer de ler. Chá
com poesia, uma declamação da poesia “bailarina de Cecília Meireles”. No chá folclórico
tivemos uma coreografia da cantiga de roda “O cravo e a Rosa”. No chá de contos tivemos
uma dramatização do conto: “O príncipe desencantado”, uma versão da Bela Adormecida. O
chá brasileiro de Castro Alves foi um recital de um trecho do poema “Livro da América” do
próprio Castro Alves. E no chá musical, ouvimos uma música de Touquinho “O caderno”.
Chá surpresa, uma recitação da poesia “Caixa mágica de surpresa” do autor Elias José.
Tivemos ainda o chá literalíssimo foi uma apresentação dos alunos caracterizados de
alguns autores da literatura infanto juvenil, como: Ziraldo, Ana Maria Machado e Monteiro
Lobato. Nessa apresentação, a medida que os autores eram chamados era lido um pequeno
texto sobre a biografia de cada um. No chá romântico foi apresentada uma encenação da
história “Dona Baratinha”, adpatação de Francisco Gregório. Chá Felixiano, declamação de
um poema pelo poeta norteriograndense Félix Dantas. E por fim, o chá orgânico herdeiros do
futuro, coreografia da música “herdeiros do futuro” de Toquinho e Elias Adreato.
Dentro dessa programação, apresentamos também a premiação de duas alunas, uma do
turno matutino e outra do vespertino, por serem as leitoras com o maior número de
empréstimos durante o ano. Com esse evento arrecadamos mais de 100 livros para nossa
biblioteca, cerca de 40 novos exemplares.
Outro projeto desenvolvido na perspectiva da leitura foi “Viajando com a sacola
mágica da leitura”. Visando aperfeiçoar e valorizar o cidadão através das linguagens
artísticas, literária e histórica, a partir da compreensão do seu papel enquanto sujeito histórico.
O projeto enfoca o ato de ler como ponto de partida para a construção do pensamento lógico.
Com isso, possibilitar a capacitação do aluno em construir suas relações diante do mundo.
Trata-se de um projeto de prática de leitura em que os alunos levam para casa uma
sacola contendo alguns livros de histórias infantis e um caderno de registro, nele é necessário
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recontar a história lida; usando escrita, colagem, desenhos e tudo o que a imaginação mandar.
Depois, cada aluno apresenta sua criação aos colegas.
As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e
ouvi-las têm inúmeros significados. Estes, por sua vez, relacionamos ao cuidado afetivo, à
construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e
à de se expressar. Além disso, a leitura de histórias aproxima a criança do universo letrado e
colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais; a
escrita.
Conforme Kleiman (1995), é importante favorecemos a familiaridade das nossas
crianças com as histórias e a ampliação do seu repertório. Isso só é possível por meio do
contato regular dos pequenos com os textos, desde cedo, e de sua participação freqüente em
situações diversas de prática – e a escola, o principal espaço para isso, conforme podemos
constatar na revisão literário deste trabalho.
Esse projeto visa fazer com que o aluno tenha prazer em ler e consiga transmitir ao
outro o que leu. Assim, o livro deve ser mostrado e aberto com dimensão do prazer e da
alegria, para que o aluno perceba que ler é uma viagem maravilhosa e não apenas mais uma
das atividades de escola.
Dentre os objetivos nomeamos os seguintes: Proporcionar situações de leitura
compartilhada; aproximar os alunos do universo escrito e dos portadores de escrita (livros e
revistas) para que eles possam manuseá-los; reparar na beleza das imagens, relacionarem
textos e ilustrações; manifestar sentimentos, experiências, idéias e opiniões, definindo
preferências e construindo critérios próprios para selecionar o que vão ler; construir o hábito
de ouvir e sentir prazer nas situações que envolvem a leitura de histórias; familiarizá-los com
histórias e ampliar seus repertórios; participar em situações de conto e leitura de histórias;
escuta atenta e interessada de histórias; observação e manuseio de livros; desenvolver no
aluno a facilidade de se expressar em público, inicialmente, perante aos colegas de sala.
A estratégia utilizada é a sacola com diferentes livros de histórias e um caderno de
registro. Os alunos, que serão sorteados, levam a sacola para casa, por três dias. Ele deverá ler
um ou mais livros da sacola e depois fazer o registro no caderno, que poderá ser através da
escrita, de desenhos, montagem, colagem ou alguma outra forma. Na sala de aula, o aluno
apresenta para os colegas o livro que leu e o seu relato. Também podendo ser apresentado na
forma teatral, se o aluno quiser.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola não pode mais contentar-se em ser apenas transmissora de conhecimentos
que, provavelmente, estarão defasados antes mesmo que o aluno termine sua educação formal,
tem de promover oportunidades de aprendizagem que deem ao estudante condições de
aprender a aprender. Permitindo-lhe assim educar-se durante a vida inteira. A biblioteca está
presente nesse processo. Trabalhando em conjunto, professores e bibliotecários planejarão
situações de aprendizado que desafiem e motivem os alunos, acompanhando os seus
progressos, orientando-os e guiando-os no desenvolvimento de competências informacionais
cada vez mais sofisticadas.
É preciso que os professores ajudem as crianças a descobrir nos textos sua face mais
pessoal e prazerosa, sua dimensão mais encantadora e envolvente. Ler, como qualquer
aprendizagem, requer dedicação; por isso, os alunos devem ter a oportunidade de encarar o
livro como um desafio interessante que abrirá portas, não só para o conhecimento, mas
também para o entretenimento e a diversão. A prática da leitura na escola precisa se
assemelhar à prática da leitura fora da escola. As crianças precisam saber que lemos por
diferentes razões e que não lemos todos os textos da mesma forma.
Ler para as crianças, é uma atividade fundamental; elas merecem que os adultos leiam
diariamente para elas. É ouvindo contos, fábulas, mitos, notícias ou poemas, que elas podem
ter acesso a tudo que a escrita representa, além de aprender muito a respeito da linguagem que
se usa para escrever.
Sabemos que muitos alunos talvez não tenham muitas oportunidades fora da escola, de
familiarizar-se com a leitura, talvez não vejam muitos adultos nessa prática, talvez ninguém
lhes apresente livros com frequência. Ajudar os alunos a ler, a fazer com que se interessem
pela leitura, é dotá-los de um instrumento de aculturação e de tomada de consciência cuja
funcionalidade escapa dos limites da instituição.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1984-2003.
_____. A importância do ato de ler, em três artigos que se completam. 47ª Ed. São Paulo:
Cortez, 2006.
12
GARCIA, E.G. Funcionalidade da biblioteca no contexto escolar. In: Biblioteca escolar:
estrutura e funcionamento. São Paulo: Ed. Loyola, 1989.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (coleção
primeiros passos;74)
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
CULTURA. Declaração de Londres: para uma sociedade que lê. Londres, 7 a 11 de junho.
1982. 3p.
KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In:
KLEIMAN, A. B. (org). Os significados do letramento: uma perspectiva sobre a prática
social da escrita. Campinas: Mercado de letras, 1995.

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